segunda-feira, 18 de abril de 2011

Refém

Ela fazia dele seu refém. Ele achava que não se importava, na verdade até gostava. O uso e abuso apenas pro prazer. Sua forma de falar era gemer, de fazer carinho era arranhar, apertar e modular as suas mãos nas curvas do seu corpo. O suor produzido pelo ato gozado, pra ela era em vão e para ele uma paixão. Ao final, passou-se os 30 minutos e ela diz: "Acabou, vou aumentar pra R$200 a próxima vez."

Saboreando sabores

Eu gosto do doce, salgado, azedo, picante e até mesmo do amargo.
Sem receios e preconceitos
Provando todas as formas
Sem medo de gostar ou desgostar
Deixar arder o gosto da pimenta
Sentir a ânsia de vômito pelo jiló
Desfrutar o azedo do limão
E a sensação de prazer do chocolate
A vida é feita de sabores
E feliz é aquele que sabe saborear

Foco

Você não é nada para decidir o que devo fotografar,
para julgar os meus cenários
para determinar os ângulos a direcionar 
para desdenhar os meus retratos 
para tentar desfocar os meus focos
Os ângulos são meus, os cenários são meus, os retratos são meus, mas o foco é você. 

Ingratidão

Eu não sei porque agüento “isso”
Me refiro a isso por ser tratada como um objeto
Objeto a qual nem carinho é direcionado
Nem migalhas são recebidas
Tudo se lamenta com uma simples gozada
Porque é isso o máximo que consigo de ti

Ao tempo

Há um, dois, três, quantos eu quiser
Mas é um único, o único que eu quero
O tempo desgastou o convívio
O tempo afogou as mágoas
O tempo apagou parte do fogo
Coisas naturais que só o tempo é capaz de fazer
Mas mesmo assim, esse tempo nunca foi capaz de separar o que se juntou
De uma maneira constante
Forte e intensa
O tempo estragou
Mas não matou
O que permanece vivo em nós
Só falta nós nos olharmos
E aceitarmos
Que sim, somos mais que dois
Somos mais que qualquer obstáculo
Somos mais que memórias do passado
Porque podemos ser memórias de um futuro
Basta um simples gesto de harmonia
E reanimar momentos merecidos
Que eu só vivi com você!

A escolha

Eu poderia fazer uni-du-ni-tê e escolher qualquer pessoa que não fosse você.
Mas o que fazer do que já se foi feito
Se há um ano atrás o escolhido foi você.

Drama mental

A beira de um abismo
Suicídio mental
Morte programada
Por buscar buscas incertas
Não completáveis
E nunca suficientes
Desejos encubados
Falas não ditas
Tratamentos recebidos
Porém, não merecidos
Tratamento ocultos
Sempre buscados
Mas nunca alcançados
A estrada sem fim
Teve seu ponto partido
Mas não a chegada
Destruíram todo meu jeito
Doce de ser
Se é para cessar algo
Que não seja eu

Oscar 2010

Riscaram meu melhor filme
Era o melhor
Completo
Tinha ação, drama, romance
E muita, muita comédia
Hoje, eu o vejo em replay
Todos os dias
Antes de dormir
Deixo ele passando na TV
E quando acordo, vejo que ele acabou
A tecla play não funciona mais
Não posso assisti-lo quando quero
Ele tem vida própria
E só depende dele viver esses gêneros
Guardei-o na prateleira em cima do meu DVD
Para caso um dia, as teclas voltarem a funcionar,
Ele estará lá, pronto para ser assistido novamente.

Lado Filipe


Sou dotado de personalidade forte, dificilmente abalada e redobrada. Tenho um senso de humor chamativo, porém, um lado obscuro e fechado, os quais poucas pessoas têm acesso. Mas a dificuldade em expressar sentimentos é sempre presente, independente do público. Sou livre de qualquer tipo de preconceito. Meu pensamento liberal é transparente a todos. O vício de conhecimento é contínuo desde pequeno, é difícil achar algo que não me desperte curiosidade. Não sou preso a planos, prefiro que as coisas sejam feitas no seu tempo certo, mas não deixo de ter meus sonhos. Faço da paixão pelo esporte, meu hobbie. E nesse hobbie estão grandes partes dos meus objetivos de vida.
          

De novo

E tudo acabou novamente
Pra quem resolveu acreditar
Que o amor poderia ter sido pra sempre
Decepcionou-se mais uma vez
Tentou, chorou, esperneou, sofreu
Morreu de amor
A pele continuou bonita
Os cabelos, o corpo, cada detalhe
Continuaram os mesmos
Mas está tudo morto
Todos vêem
Mas ela não vê
E quem não se vê
Morre por dentro
Mata a alma
Mata a vida
Os órgãos só servem fisiologicamente
Não tem mais frio na barriga
Não tem mais aceleração do coração
Não tem mais arrepios
Não tem mais suor
O corpo não sabe mais sentir prazer
E as sensações trazidas por essa sensação
Estão desconhecidas
Restam lembranças
Gozadas pela saudade
E nada a mais
Ninguém a mais
Apenas lembranças.

Confusos

Alguns especiais me querem
Talvez mais do que quem eu queira
Mexeram com meus sentidos
Pois não tenho mais as demonstrações que desejo
Mexeram com meus ouvidos
Pois não recebo mais tais elogios
Mexeram com meu ego
Pois não me sinto mais tão bela
Mexeram com meus sentimentos
Está tudo dotado de incertezas
As quais não permitem respirar tranquilamente
E eu, que mergulho no desejo de uma paz profunda
E eu, que me afogo em meio tanto amor
Dado a uma pessoa que não retribuirá a tamanho, nunca
Eis o dia
Da destruição de um amor